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Capítulo 1: A Nova Fronteira do Varejo: Unindo o Digital e o Físico

1.1. Introdução: A Transformação do Varejo Brasileiro

O cenário do varejo brasileiro atravessou uma metamorfose profunda e irreversível, acelerada por eventos globais que remodelaram os hábitos de consumo de forma definitiva.1 A distinção antes clara entre o comércio físico e o digital tornou-se, na percepção do consumidor, uma fronteira obsoleta e irrelevante.2 O cliente moderno não enxerga canais de venda isolados; ele vê uma marca única e espera interagir com ela de maneira fluida e consistente, seja em uma loja de rua, em um shopping, através de um aplicativo ou em uma rede social.4 Nesse novo paradigma, a tecnologia, que por muito tempo foi vista como uma ameaça existencial ao varejo tradicional, revela-se agora como sua principal aliada estratégica para a sobrevivência, adaptação e, fundamentalmente, para o crescimento sustentado.6

A influência do ambiente online sobre as decisões de compra que se concretizam no mundo físico é uma força motriz cada vez mais dominante. Estudos já apontavam que, em 2018, mais de um quarto das vendas offline no Brasil (excluindo o setor de alimentos e bebidas) sofria alguma influência da jornada digital do consumidor. A projeção indicava que esse índice alcançaria 35,6% em 2021, uma tendência que apenas se intensificou.7 Ignorar essa realidade não é mais uma opção para o varejista que deseja se manter competitivo. A questão deixou de ser

se o digital influencia o físico, para ser como o varejista pode ativamente gerenciar e capitalizar essa influência para impulsionar seus resultados.

1.2. A Jornada de Compra Não-Linear do Consumidor Omnichannel

A jornada de compra do consumidor contemporâneo abandonou a linearidade do passado. Ela é agora um mosaico complexo e imprevisível de pontos de contato que transitam de forma contínua entre os universos online e offline.2 Um processo de compra pode ser despertado por um anúncio no Instagram, evoluir para uma pesquisa detalhada de modelos e preços no Google, passar pela leitura de avaliações em blogs especializados e culminar na visita a uma loja física para experimentar o produto antes da aquisição final.8 Em outra situação, o cliente pode pesquisar online, comprar pelo site e optar por retirar o produto na loja física mais próxima, em uma modalidade conhecida como “click and collect”.9

Nesse ecossistema integrado, a experiência do consumidor é percebida como uma entidade única. A expectativa fundamental é por consistência, conveniência e personalização em cada interação, independentemente do canal utilizado.5 Uma ruptura nessa experiência — como um preço diferente no site e na loja, ou a indisponibilidade de um produto anunciado online — gera frustração e pode comprometer a lealdade à marca de forma duradoura.12 O varejo omnichannel, portanto, não é apenas sobre estar presente em múltiplos canais, mas sobre orquestrá-los de maneira inteligente para criar uma jornada de compra coesa e sem atritos.2

1.3. Tese Central: A Visibilidade do Estoque como Ponte Estratégica

Este relatório apresenta e defende uma tese central: a digitalização e a exposição do inventário da loja física nas plataformas do Google representam a ponte estratégica mais eficaz e mensurável para converter a intenção de busca digital em presença física e vendas concretas na loja. Esta não é meramente uma tática de marketing digital; é uma resposta direta e fundamental a uma das principais necessidades do consumidor moderno: a busca por certeza.

Ao tornar a informação de disponibilidade de produtos publicamente acessível e pesquisável em um contexto local, o varejista elimina a principal barreira de atrito que impede um cliente de se deslocar até a loja: a incerteza de encontrar o que procura.12 Em um mundo onde o tempo é um recurso valioso, a garantia de que uma viagem não será em vão transforma a visita à loja física de uma aposta em uma decisão lógica e eficiente.

Essa estratégia opera em um nível mais profundo do que a publicidade tradicional. O marketing focado em lojas físicas historicamente se concentrou em “atrair” o cliente, utilizando ferramentas como promoções, branding e campanhas de conscientização para gerar interesse e desejo. A digitalização do estoque, por outro lado, opera sob um paradigma fundamentalmente diferente: o da “confirmação”. O varejista não está mais tentando criar uma demanda do zero; ele está capturando uma demanda altamente qualificada e pré-existente no exato momento em que ela se manifesta no ambiente digital.

A cadeia de eventos é clara e poderosa. Um consumidor, com uma necessidade imediata, realiza uma busca específica como “tênis de corrida tamanho 42 perto de mim”.14 A intenção de compra já está em seu ápice. A publicidade tradicional tentaria convencê-lo de que a “Loja X” é a melhor opção. A estratégia de estoque digital, no entanto, não precisa convencer; ela precisa apenas confirmar: “Sim, a Loja X tem este exato produto, neste exato tamanho, disponível para você agora”.7 Essa confirmação imediata remove a principal barreira para a ação — o medo da frustração — e posiciona a Loja X como a escolha mais racional e de menor risco.7 O varejista, portanto, transcende o papel de um mero “vendedor” para se tornar um “solucionador” de problemas imediatos, alinhando-se perfeitamente com a mentalidade do consumidor moderno.

Capítulo 2: Desvendando a Vitrine Digital: O Ecossistema do Google para o Varejo Local

2.1. Definição Estratégica: O que Significa “Digitalizar o Estoque no Google”

É crucial, de início, estabelecer com precisão o que se entende por “digitalizar o estoque no Google” no contexto do varejo moderno. A expressão não se refere a práticas rudimentares como escanear listas de inventário em papel e salvá-las no Google Drive 15, nem ao uso de aplicativos de smartphone para contagem manual de itens em prateleiras.16 Embora essas ferramentas possam ter sua utilidade na gestão interna, a digitalização estratégica do estoque é um processo muito mais sofisticado e com objetivos externos.

A definição correta e estratégica consiste na integração sistemática e em tempo real (ou quase real) dos dados de inventário da loja física com o ecossistema de publicidade e informação do Google. O objetivo final é tornar o estoque da loja física publicamente visível e pesquisável para consumidores que estão geograficamente próximos, no momento exato de sua necessidade.7 Trata-se de transformar o inventário, um ativo tradicionalmente passivo e interno, em uma ferramenta ativa de marketing e atração de clientes.

2.2. Os Pilares da Tecnologia: Componentes Essenciais

Para construir essa vitrine digital, o varejista precisa orquestrar um conjunto de ferramentas interconectadas oferecidas pelo Google. Cada componente desempenha um papel específico e indispensável na operação.

  • Google Merchant Center (GMC): Pode ser considerado o “cérebro” de toda a operação. É a plataforma central onde os varejistas fazem o upload, armazenam e gerenciam todas as informações sobre seus produtos e seus respectivos inventários. É no GMC que os dados brutos do estoque são transformados em informações estruturadas que o Google pode entender e utilizar em suas diversas plataformas.17
  • Perfil da Empresa no Google (antigo Google Meu Negócio): Esta é a “identidade digital” da loja física no universo Google. O Perfil da Empresa (ou GBP, de Google Business Profile) contém informações vitais como nome, endereço, número de telefone, horário de funcionamento, fotos e avaliações de clientes.17 É o pilar que conecta o produto digital (o item do inventário) à sua localização física no mundo real. A vinculação entre a conta do Merchant Center e o Perfil da Empresa é um passo técnico obrigatório e fundamental para que a estratégia funcione.21
  • Google Ads: É a plataforma de publicidade onde as campanhas pagas são criadas, gerenciadas e otimizadas. É através do Google Ads que o varejista pode promover ativamente seu inventário local por meio de um formato de anúncio específico chamado Anúncios de Inventário Local (LIA), que são uma extensão poderosa das campanhas do Google Shopping.17
  • Feeds de Dados: São os arquivos estruturados que alimentam o Merchant Center com as informações necessárias. A operação exige, no mínimo, dois feeds principais:
  1. Feed de Produtos: Contém os atributos gerais de cada item, como título, descrição, link da imagem, preço, marca, e um identificador único (SKU).18
  2. Feed de Inventário de Produtos Locais: Este feed específico conecta os produtos ao estoque físico. Ele contém o código da loja (do Perfil da Empresa), o ID do produto (para fazer a correspondência com o feed principal), a quantidade disponível naquela loja e o preço (que pode ser específico da loja).18

2.3. A Experiência do Consumidor: Como a Informação se Materializa

Quando esses pilares tecnológicos estão devidamente configurados e integrados, a informação do estoque da loja física ganha vida e aparece para o consumidor em diversos formatos e contextos, tanto pagos quanto gratuitos.

  • Anúncios de Inventário Local (LIA – Local Inventory Ads): São anúncios pagos que surgem com destaque nos resultados da Busca Google e na aba “Shopping”. Eles exibem a foto do produto, seu preço e, crucialmente, um selo indicativo como “Na loja” ou a distância exata até o estabelecimento mais próximo da localização do usuário.7 Essa informação hiperlocal é o que os torna tão eficazes.
  • Listagens Locais Gratuitas: Além dos anúncios pagos, a mesma informação de inventário pode ser exibida de forma orgânica (gratuita) em uma vasta gama de propriedades do Google, incluindo a Busca, Google Imagens, Google Maps e até mesmo o Google Lens. Isso amplia exponencialmente a visibilidade do estoque sem um custo direto por clique, democratizando o acesso a essa poderosa ferramenta.13
  • Funcionalidade “Ver o que há na loja” (See what’s in store): Este recurso transforma o Perfil da Empresa em uma verdadeira vitrine virtual. A partir do perfil da loja no Google Maps ou na Busca, o consumidor pode clicar em um botão para navegar por um catálogo de produtos que estão efetivamente em estoque naquela localização específica. É uma ferramenta poderosa para estimular a descoberta de outros itens além daquele que originou a busca.13
  • A Vitrine Local Hospedada pelo Google: Ao clicar em um Anúncio de Inventário Local, o usuário é frequentemente direcionado para uma página de destino (landing page) otimizada e gerada automaticamente pelo Google. Esta página, conhecida como “vitrine local”, consolida todas as informações relevantes: detalhes do produto, fotos, mapa com a localização da loja, botão para obter rotas, horário de funcionamento e número de telefone. Alternativamente, o varejista pode configurar os anúncios para direcionar o tráfego para uma página específica em seu próprio site, desde que essa página também exiba claramente a disponibilidade do produto na loja física.7

O verdadeiro poder desse ecossistema não reside em cada ferramenta isoladamente, mas na forma como elas se integram para criar um ciclo de vendas completo e mensurável. Este conjunto de tecnologias foi projetado para executar uma sequência lógica que era, até poucos anos atrás, o “santo graal” da medição de marketing: fechar o ciclo entre o estímulo digital e a ação no mundo físico. O processo se desenrola da seguinte forma: primeiro, um consumidor expressa uma intenção de compra clara através de uma busca local.14 Em seguida, o Google Ads, alimentado pelos dados do Merchant Center, exibe um anúncio LIA altamente relevante.19 Este anúncio, por sua vez, é enriquecido com os dados de localização do Perfil da Empresa, mostrando a proximidade e a confirmação da disponibilidade do produto.7 O clique do usuário o leva a uma página que oferece uma ação concreta, como o botão “Obter Rotas” via Google Maps.7 Finalmente, e de forma crucial, o Google consegue, através de dados de geolocalização agregados e anônimos (para usuários que optaram por compartilhar essa informação), atribuir uma visita subsequente à loja física àquele clique inicial no anúncio.23 Isso permite que o varejista, pela primeira vez, calcule um Retorno sobre o Investimento (ROI) real e tangível para suas campanhas digitais em termos de tráfego e vendas offline, resolvendo um dos mais antigos e complexos problemas de atribuição de marketing.28

Capítulo 3: O Fenômeno ROPO: A Psicologia por Trás da Pesquisa Online e Compra Offline

3.1. ROPO (Research Online, Purchase Offline): O Comportamento Dominante

Para compreender plenamente o impacto da digitalização do estoque, é imperativo analisar o comportamento do consumidor que essa estratégia visa atender. Esse comportamento é encapsulado pelo acrônimo ROPO, que significa Research Online, Purchase Offline (Pesquisar Online, Comprar Offline).9 O efeito ROPO descreve o hábito, hoje majoritário, de consumidores que utilizam a internet como principal ferramenta para pesquisar produtos, comparar preços, ler avaliações e se informar, mas que, ao final desse processo, optam por finalizar a transação em uma loja física.

No Brasil, esse fenômeno ganhou ainda mais força no período pós-pandemia. Embora o comércio eletrônico tenha experimentado um crescimento exponencial, a necessidade de interação física com os produtos e com o ambiente de loja não apenas persistiu, mas se reafirmou como um fator crucial na decisão de compra para muitos consumidores.1 Dados indicam que uma parcela significativa dos compradores, 56%, expressa o desejo de ver, tocar e sentir os produtos antes de se comprometer com a compra, uma necessidade que o ambiente digital, por sua natureza, não consegue satisfazer plenamente.32 O ROPO não é, portanto, uma tendência passageira, mas um comportamento de consumo híbrido e consolidado que define a nova realidade do varejo.

3.2. Os Motivadores Psicológicos do Consumidor ROPO

Diversos fatores psicológicos e práticos motivam o consumidor a adotar o comportamento ROPO. Entender esses motivadores é a chave para que o varejista possa alinhar sua estratégia de forma eficaz.

  • Aversão ao Risco e Busca por Certeza: Este é, talvez, o principal motor do comportamento ROPO. O consumidor moderno tem uma forte aversão à frustração e à perda de tempo. A possibilidade de se deslocar até uma loja apenas para descobrir que o produto desejado está esgotado é um dos maiores atritos na jornada de compra.12 A pesquisa online funciona como um mecanismo de mitigação de risco. Estatísticas globais mostram que quase metade dos compradores verifica a disponibilidade de um produto online antes de se dirigir a uma loja física.14 A conveniência de saber, com antecedência, que o item está disponível para compra imediata é um fator decisivo que valida a decisão de visitar o estabelecimento.10
  • Necessidade de Gratificação Imediata: A compra online, por mais eficiente que seja, envolve um período de espera pela entrega. Em muitos casos, o desejo ou a necessidade do consumidor é imediata. A compra na loja física, uma vez confirmada a disponibilidade do produto pela pesquisa online, oferece a gratificação instantânea da posse do item, eliminando a ansiedade da espera.30
  • A Experiência Sensorial e a Validação Final: Para certas categorias de produtos, a experiência digital é insuficiente para uma decisão de compra segura. Em setores como moda, o caimento de uma roupa; em cosméticos, a textura e a fragrância de um produto; ou em eletrônicos, a ergonomia e a qualidade da tela de um dispositivo, são fatores que exigem uma validação sensorial.30 A loja física proporciona o palco para essa interação final, onde o consumidor pode tocar, experimentar e validar sua escolha, aumentando a confiança na compra e reduzindo a probabilidade de devoluções.
  • Confiança e Relacionamento Humano: Especialmente em compras de maior valor ou complexidade técnica, a interação com um vendedor especializado pode ser um fator determinante. A loja física oferece um ambiente para o diálogo, para tirar dúvidas e para receber recomendações personalizadas, construindo um nível de confiança que muitas vezes é difícil de replicar no ambiente puramente digital.31

3.3. A Jornada do Consumidor Omnichannel em Ação

A jornada de um cliente ROPO é a materialização do conceito omnichannel. Inspirando-se em mapeamentos de jornada 8, podemos visualizar um fluxo típico: um consumidor pode ser impactado por um produto em uma rede social, o que desperta seu interesse. Em seguida, ele utiliza a Busca do Google para pesquisar por modelos, comparar preços e ler análises técnicas. Durante essa pesquisa, ele se depara com um Anúncio de Inventário Local (LIA) que mostra que o produto exato que ele deseja está disponível em uma loja a poucos quilômetros de sua localização. Ele clica no anúncio para ver mais detalhes, confirma o horário de funcionamento e obtém as rotas pelo Google Maps. Finalmente, ele visita a loja física, não para começar sua pesquisa, mas para concluí-la, realizando a compra final.8

Nesse novo fluxo, o papel da loja física é ressignificado. Ela deixa de ser o ponto de partida da descoberta e se transforma no ponto de conclusão da jornada, o destino final para um cliente que chega altamente informado, qualificado e com uma intenção de compra já consolidada.8

Essa dinâmica revela uma função estratégica crucial da visibilidade do estoque online: ela atua como um filtro qualificador de leads extremamente eficaz para a loja física. Um cliente que se desloca até um estabelecimento após ter verificado a disponibilidade de um produto online não é um mero “visitante” ou um curioso. Ele é um lead de altíssima qualidade, com uma probabilidade de conversão em vendas exponencialmente superior à do tráfego geral que entra na loja.

O raciocínio por trás dessa qualificação é simples. O tráfego de “vitrine” — pessoas que estão apenas passeando e olhando, sem uma intenção de compra definida — tende a permanecer no ambiente online, onde a comparação de produtos é mais fácil, ampla e não incorre em custos.30 A ação de se deslocar fisicamente até uma loja, por outro lado, representa um investimento por parte do consumidor: um custo de tempo e de transporte. O consumidor racional só está disposto a incorrer nesse custo se a probabilidade percebida de sucesso (encontrar o produto que deseja) for muito alta.7 Ao fornecer a informação de disponibilidade de estoque em tempo real, o varejista eleva essa probabilidade para perto de 100%, eliminando a incerteza.

Consequentemente, o cliente que chega à loja por meio de um LIA já navegou com sucesso pelas fases iniciais e intermediárias do funil de vendas (conscientização e consideração). Ele já sabe o que quer, já comparou opções e já escolheu a loja. Ele chega ao ponto de venda já na fase final de “decisão”. A loja física se torna o palco para a conversão final, e a equipe de vendas passa a interagir com um público, em essência, pré-convertido, o que otimiza o tempo dos vendedores e aumenta drasticamente a eficiência do processo de venda presencial.31

Capítulo 4: A Ponte para a Loja Física: Evidências do Impacto no Fluxo de Pessoas

4.1. Análise Quantitativa: Os Números por Trás do Aumento de Tráfego

A estratégia de digitalizar o estoque e exibi-lo localmente não é apenas uma teoria de marketing; ela é sustentada por dados quantitativos robustos que demonstram seu impacto direto no comportamento do consumidor e, consequentemente, no fluxo de pessoas nas lojas físicas. A mudança no padrão de busca é um indicador primário dessa tendência. As pesquisas no Google contendo termos como “compras perto de mim” triplicaram em um período de apenas dois anos, sinalizando uma intenção clara dos consumidores de conectar suas necessidades digitais a soluções comerciais locais e imediatas.14

A resposta dos varejistas a essa demanda, por meio dos Anúncios de Inventário Local (LIA), gera resultados mensuráveis. Uma análise ampla do Google revelou que os varejistas que implementam LIAs em adição às suas campanhas tradicionais do Google Shopping observam, em média, um aumento de 21% nas visitas às suas lojas físicas.24 Esse número é um testemunho poderoso da eficácia da estratégia em converter cliques online em passos dentro da loja.

A psicologia por trás desse aumento também foi quantificada. Pesquisas mostram que os consumidores são duas vezes mais propensos a visitar um estabelecimento físico se tiverem a confirmação prévia de que o produto desejado está disponível em estoque.7 Em um cenário de varejo onde o tráfego geral em lojas tem enfrentado desafios, essa capacidade de eliminar a incerteza e garantir uma visita produtiva torna-se uma vantagem competitiva fundamental.

4.2. Estudos de Caso Internacionais em Detalhe

Para além das médias da indústria, a análise de casos de sucesso específicos de varejistas internacionais oferece uma visão granular e ainda mais convincente do potencial dessa estratégia.

  • SportScheck (Varejo de Esportes, Alemanha): Esta rede de artigos esportivos implementou os Anúncios de Inventário Local para exibir a disponibilidade de seus produtos em tempo real para consumidores que pesquisavam em dispositivos móveis. Os resultados foram transformadores. A empresa registrou um aumento de mais de 108% nas visitas às suas lojas físicas com uma média constante após o lançamento das campanhas. Além disso, a receita gerada offline, atribuída diretamente ao tráfego vindo dos LIAs, mais do que dobrou, provando o impacto não apenas no fluxo de pessoas, mas também no resultado financeiro final.14
  • River Island (Moda, Reino Unido): A gigante da moda River Island utilizou os LIAs para construir uma ponte entre suas operações online e suas mais de 250 lojas físicas. A campanha foi meticulosamente medida, e os resultados mostraram que 6% de todos os cliques em anúncios LIA em dispositivos móveis resultaram em uma visita concreta a uma loja. Esse volume representou um aumento de 17% no total de visitas às lojas quando comparado com as campanhas padrão do Shopping. O impacto financeiro foi igualmente impressionante, com um aumento de 15% no retorno sobre o investimento em publicidade (ROAS) e um crescimento de 33% nas vendas totais quando os dados de vendas offline foram incluídos na análise.39
  • Big 5 Sporting Goods (Varejo de Esportes, EUA): Em parceria com sua agência de marketing, a Big 5 utilizou os LIAs para alcançar compradores de última hora, exibindo a disponibilidade de produtos em tempo real. A estratégia provou ser um motor consistente de tráfego, resultando em um aumento anual de 25% no fluxo de pessoas nas lojas físicas impulsionado diretamente pela Busca do Google. Este caso demonstra o valor da estratégia como uma ferramenta de crescimento sustentado a longo prazo.14

4.3. Tabela de Impacto: Consolidando as Evidências

Para facilitar a compreensão e a comparação dos resultados tangíveis que a estratégia de inventário local pode gerar, a tabela abaixo consolida os principais indicadores de desempenho extraídos dos estudos de caso. Esta visão agregada serve como uma ferramenta poderosa para a construção de um argumento de negócio interno, transformando as narrativas de sucesso em métricas claras e comparáveis.

Tabela 1: Sumário de Impacto dos Anúncios de Inventário Local (LIA) em Métricas de Negócio

VarejistaSetorAumento em Visitas à Loja (%)Aumento em Vendas/ROI (%)Fonte
SportScheckEsportes+108%Receita offline dobrou14
River IslandModa+17%+33% (vendas), +15% (ROI)39
Big 5 Sporting GoodsEsportes+25% (anual)Não especificado14
Williams-SonomaCasa e CozinhaNão especificado+20% (ROI)14
Média da Indústria (Google)Varejo Geral+21%+9% (conversões online)24

4.4. O Efeito Multiplicador: O que Acontece Dentro da Loja

O benefício da digitalização do estoque não termina quando o cliente cruza a porta da loja. Na verdade, o aumento de um tráfego mais qualificado desencadeia um efeito multiplicador que pode impactar positivamente diversas outras métricas do negócio.

Primeiramente, há um potencial significativo de aumento do ticket médio. Um cliente que entra na loja para buscar um item específico que pesquisou online é, nesse momento, exposto a todo o mix de produtos do ambiente físico. A interação com uma equipe de vendas bem treinada, o apelo visual do merchandising e a descoberta de produtos complementares podem facilmente levar a compras por impulso ou a estratégias de venda cruzada (cross-selling), aumentando o valor final da transação.30

Em segundo lugar, a estratégia fortalece a marca e a lealdade do cliente. Quando a experiência online (pesquisa fácil, informação precisa) é seguida por uma experiência física positiva (produto disponível, bom atendimento, ambiente agradável), a percepção da marca é reforçada. A transação deixa de ser puramente funcional e passa a ter um componente relacional, o que é fundamental para a fidelização do cliente a longo prazo.40 O cliente que teve uma jornada de compra fluida e bem-sucedida tem maior probabilidade de retornar e de se tornar um defensor da marca.

Capítulo 5: O Alicerce da Estratégia: A Gestão Integrada de Estoque

5.1. O Pré-requisito Não-Negociável: A Soberania da Precisão do Inventário

Toda a estrutura da estratégia de visibilidade de estoque local se apoia em um único e fundamental alicerce: a confiança do consumidor. Essa confiança, por sua vez, depende de um fator operacional crítico e inegociável: a precisão dos dados de inventário.12 Se um cliente é informado online que um produto está disponível, ele deve encontrá-lo na prateleira ao chegar na loja. Qualquer desvio dessa premissa compromete a integridade de toda a iniciativa.

Por essa razão, a implementação de um sistema robusto de gerenciamento de inventário não é uma opção, mas um requisito absoluto para o sucesso.17 A informação de estoque precisa ser atualizada com alta frequência — o Google recomenda uma atualização pelo menos uma vez ao dia, mas operações mais dinâmicas podem necessitar de atualizações em tempo real para evitar discrepâncias.7 A precisão do estoque é a linha que separa uma experiência de cliente encantadora de uma promessa quebrada.

5.2. O Risco Catastrófico da “Ruptura de Estoque”

O cenário de um cliente que pesquisa online, confirma a disponibilidade de um produto, se desloca até a loja e, ao chegar, descobre que o item não está em estoque, representa a pior experiência possível dentro do paradigma ROPO. Este evento, conhecido como “ruptura de estoque” no ponto de venda, invalida todo o propósito da jornada do consumidor e causa uma quebra imediata e, muitas vezes, irreparável na confiança com a marca.12

No contexto brasileiro, a ruptura de estoque é um desafio operacional crônico e significativo. Pesquisas indicam taxas de ruptura alarmantes em diversos setores, como 7% na construção, 9% em supermercados e chegando a impressionantes 20% no setor de moda.43 Isso significa que, em média, a cada dez pedidos em lojas online de moda, dois enfrentam uma quebra de comunicação entre o estoque anunciado e o real. Esses números evidenciam um obstáculo operacional substancial que os varejistas brasileiros precisam superar para implementar a estratégia de inventário local com sucesso.

As consequências de uma ruptura são devastadoras. Elas incluem a frustração imediata do cliente, a perda da venda daquele item específico (e potencialmente de outras compras que poderiam ser feitas na mesma visita), a provável perda do cliente para a concorrência no futuro e, no cenário digital atual, o alto risco de uma avaliação negativa ser publicada online, ampliando o dano à reputação da marca.12

5.3. Modelos Operacionais: Estoque Unificado vs. Separado

Para mitigar o risco de ruptura e garantir a precisão dos dados, a abordagem ideal é a implementação de uma gestão de estoque omnichannel, onde os canais de venda online e offline não operam em silos, mas compartilham a mesma base de dados de inventário em tempo real.44 Este modelo de

estoque integrado ou unificado é a base para o que se chama de “prateleira infinita”.

O conceito de prateleira infinita significa que o cliente, seja no site ou na loja física, tem visibilidade de todo o estoque da empresa, independentemente de onde o produto esteja fisicamente localizado (em um centro de distribuição, em outra filial, etc.). Isso proporciona uma flexibilidade imensa, aumenta a amplitude de escolha para o cliente, reduz drasticamente as chances de ruptura e melhora a experiência de compra de forma geral.47

Contudo, a realidade operacional de muitos varejistas no Brasil apresenta desafios significativos para a implementação de um estoque unificado. É comum encontrar operações com silos de dados, onde o sistema do e-commerce não se comunica com o sistema das lojas físicas. Muitos processos ainda são manuais e dependentes de planilhas, e a falta de sistemas integrados torna a visão única e em tempo real do estoque um grande obstáculo a ser transposto.49

5.4. Soluções Tecnológicas para a Integração

A superação desses desafios passa, invariavelmente, pela adoção de tecnologias adequadas que permitam a orquestração do estoque omnichannel. As principais soluções incluem:

  • Sistemas de Gestão (ERP – Enterprise Resource Planning): O ERP é a espinha dorsal da operação, o sistema central que deve consolidar os dados mestres de produtos, compras, finanças e, crucialmente, o estoque. Uma integração eficaz começa com um ERP robusto e bem estruturado.44
  • Sistemas de Ponto de Venda (PDV): O PDV moderno não é mais apenas uma caixa registradora. Ele precisa estar totalmente integrado ao ERP e ao e-commerce. Quando uma venda é realizada na loja física, o sistema deve dar baixa no estoque em tempo real, garantindo que essa informação seja refletida imediatamente no canal online e vice-versa.50
  • Sistema de Gerenciamento de Pedidos (OMS – Order Management System): Em operações mais complexas, com múltiplos pontos de estoque (várias lojas, centros de distribuição) e múltiplos canais de venda, um OMS se torna essencial. Este sistema atua como um “maestro”, orquestrando os pedidos de forma inteligente. Ele decide qual é o melhor local de estoque para atender a um pedido, gerencia as regras de “comprar online e retirar na loja”, e garante que a promessa feita ao cliente seja cumprida da forma mais eficiente possível.48

A decisão de implementar uma estratégia como os Anúncios de Inventário Local (LIA) transcende a esfera do marketing. Ela atua como um poderoso catalisador para a modernização operacional da empresa. Para ter sucesso com os LIAs, o varejista é forçado a confrontar e resolver ineficiências crônicas em sua gestão de back-office, como a falta de controle de estoque preciso e em tempo real. Portanto, o orçamento alocado para um projeto de LIA não deve ser encarado apenas como uma despesa de marketing, mas como um investimento estratégico na transformação digital de toda a operação.

O processo se desenrola de forma lógica. A necessidade de um feed de inventário preciso para o Google 17 exige a implementação ou otimização de sistemas de gestão integrados (ERP, OMS, PDV) que operem em tempo real.48 Ao resolver essa necessidade primária, a empresa, como efeito secundário, soluciona uma série de outros problemas operacionais que corroem a lucratividade, como perdas por produtos vencidos ou obsoletos, furtos, processos de compra ineficientes e custos logísticos elevados.6 Dessa forma, o retorno sobre o investimento (ROI) de um projeto de LIA não deve ser medido apenas pelo aumento direto nas vendas, mas também pela economia de custos e pelos ganhos de eficiência gerados por essa modernização operacional forçada. A campanha de marketing se torna, na prática, o “cavalo de Troia” para a otimização de toda a cadeia de valor do varejo.

Capítulo 6: Plano de Ação: Implementando e Otimizando sua Estratégia de Estoque Local

6.1. Guia Prático de Implementação (Passo a Passo)

A implementação da estratégia de inventário local, embora exija atenção aos detalhes técnicos, pode ser estruturada em um plano de ação claro e sequencial.

  • Passo 1: Configuração e Vinculação das Contas Fundamentais: O ponto de partida é estabelecer a infraestrutura básica no ecossistema Google. Isso envolve criar (ou garantir que já existam) e vincular corretamente as três contas essenciais: o Google Merchant Center (GMC), que receberá os dados de produtos; o Perfil da Empresa no Google, que representa a(s) loja(s) física(s); e a conta do Google Ads, para a gestão das campanhas. A vinculação entre elas é crucial para que os dados fluam corretamente.17
  • Passo 2: Habilitação do Programa no Merchant Center: Dentro da conta do GMC, na seção “Crescimento” e “Gerenciar programas”, o varejista deve localizar e ativar o programa de “Anúncios de inventário local”. Este passo sinaliza ao Google a intenção de participar da iniciativa e desbloqueia as funcionalidades necessárias.17
  • Passo 3: Criação e Upload dos Feeds de Dados: Este é o coração técnico do processo. O varejista precisa gerar e submeter ao GMC os dois feeds de dados necessários:
  1. Feed de Produtos Principal: Um arquivo com todos os atributos dos produtos (ID, título, descrição, imagem, preço padrão, etc.).
  2. Feed de Inventário de Produtos Locais: Um segundo arquivo que conecta os produtos às lojas. Ele deve conter, no mínimo: store_code (o código da loja, que deve ser o mesmo cadastrado no Perfil da Empresa), id (o ID do produto, para fazer a correspondência com o feed principal), quantity (a quantidade em estoque naquela loja) e price (o preço do produto naquela loja).18
  • Passo 4: Verificação de Inventário: Após o envio dos feeds, o Google pode realizar um processo de verificação para garantir a acurácia das informações. Isso pode envolver contatos com a loja ou outras checagens para confirmar que os dados do feed refletem a realidade do estoque físico. Manter a precisão desde o início é fundamental para passar por essa etapa sem problemas.24
  • Passo 5: Lançamento e Ativação da Campanha: Com as contas vinculadas e os feeds aprovados, o passo final ocorre no Google Ads. Dentro de uma campanha do Shopping já existente ou em uma nova, o varejista deve acessar as configurações e marcar a opção para “Ativar anúncios de produtos vendidos em lojas locais”. A partir desse momento, os produtos com inventário local estarão elegíveis para aparecer como LIAs.17

6.2. Estratégias de Otimização para Máximo Retorno

Lançar a campanha é apenas o começo. Para extrair o máximo valor da estratégia, é essencial aplicar táticas de otimização contínua.

  • Lances por Proximidade Geográfica: A probabilidade de um consumidor visitar uma loja é inversamente proporcional à sua distância dela. Portanto, uma tática poderosa é configurar ajustes de lance para aumentar o valor pago por cliques de usuários que estão geograficamente mais próximos das lojas físicas. Isso garante que o orçamento seja investido de forma mais agressiva no público com maior potencial de conversão offline.17
  • Lances por Horário de Funcionamento (Dayparting): Não faz sentido anunciar intensamente a disponibilidade de um produto em uma loja que está fechada. É crucial ajustar os lances para que sejam mais altos durante o horário de funcionamento do estabelecimento. Isso concentra o investimento nos momentos em que o cliente pode, de fato, agir e visitar a loja, maximizando a eficiência do gasto com publicidade.17
  • Promoção de “Click and Collect”: A conveniência é um fator decisivo. Utilizar os atributos específicos nos feeds para habilitar selos como “Retire hoje” ou “Retire na loja” nos anúncios adiciona uma camada extra de urgência e praticidade. Essa funcionalidade, conhecida como “Click and Collect”, atrai consumidores que desejam a segurança da compra online combinada com a gratificação imediata da retirada física, sem os custos e a espera do frete.9
  • Otimização para Dispositivos Móveis: A grande maioria das buscas locais com intenção de compra ocorre em smartphones. É absolutamente imperativo que toda a experiência do usuário seja impecável em dispositivos móveis. Isso inclui desde a clareza do anúncio até a velocidade de carregamento e a usabilidade da página de destino (seja a vitrine do Google ou o site do varejista). Uma experiência mobile ruim pode anular todo o esforço da estratégia.18

6.3. Medindo o que Realmente Importa: Acompanhamento de Conversões

Para justificar o investimento e otimizar as campanhas de forma inteligente, é preciso medir os resultados corretos, que neste caso, vão além dos cliques.

  • Configuração do Acompanhamento de “Visitas à Loja”: O Google Ads oferece uma métrica de conversão chamada “Visitas à loja”. Utilizando dados agregados e anônimos de geolocalização de usuários que optaram por compartilhar essa informação, o sistema consegue estimar quantas pessoas que clicaram em um anúncio visitaram uma loja física em um determinado período. Habilitar e monitorar essa métrica é fundamental para entender o impacto offline real das campanhas.23
  • Análise de Relatórios Segmentados: Dentro dos relatórios do Google Ads, é possível segmentar os dados por “Tipo de clique”. Isso permite ao varejista isolar e comparar o desempenho dos “Cliques em anúncios de inventário local” com os cliques em anúncios do Shopping tradicionais. Essa análise ajuda a entender o comportamento distinto dos usuários e o custo-benefício de cada formato de anúncio.17
  • Atribuição de Valor às Conversões Offline: Para um cálculo de ROI mais preciso, o varejista pode atribuir um valor financeiro a cada “visita à loja”, com base em sua taxa de conversão em loja e no ticket médio. Isso permite que o sistema de lances inteligentes do Google otimize as campanhas não apenas para gerar cliques, mas para maximizar o lucro total, considerando tanto as vendas online quanto o valor gerado pelas visitas às lojas físicas.27

Capítulo 7: Conclusão: O Futuro do Varejo é “Phygital”

7.1. Síntese Estratégica

A análise detalhada ao longo deste relatório converge para uma conclusão inequívoca: a digitalização do estoque e sua exposição no ecossistema do Google não é uma mera tendência tecnológica, mas uma resposta estratégica e fundamental ao comportamento consolidado do consumidor moderno. A estratégia ataca diretamente a lógica do fenômeno ROPO (Research Online, Purchase Offline), utilizando a informação de disponibilidade como a ponte mais eficiente para transformar a intenção de busca digital em tráfego qualificado e vendas concretas na loja física.

Fica evidente que o sucesso dessa iniciativa não é primariamente uma questão de domínio tecnológico, mas sim da adoção de uma mentalidade omnichannel genuinamente centrada no cliente. Essa mentalidade deve ser sustentada por um pilar indispensável: a excelência operacional na gestão de inventário. A tecnologia é a ferramenta, mas a estratégia e a operação são a base que determina o resultado. O varejista que compreende essa interdependência está apto a construir uma vantagem competitiva duradoura.

7.2. Recomendações Finais para o Varejista Brasileiro

Para o varejista brasileiro que deseja embarcar nesta jornada de integração, algumas recomendações estratégicas são cruciais para maximizar as chances de sucesso e mitigar os riscos.

  • Comece pelo Alicerce Operacional: Antes de alocar um orçamento significativo para os anúncios, o primeiro passo deve ser uma auditoria interna rigorosa dos processos de gestão de estoque. É preciso garantir a acurácia dos dados, a integração dos sistemas (PDV, ERP) e a capacidade de atualizar as informações com a frequência necessária. Investir em anúncios com dados de estoque imprecisos é a receita para o fracasso e para a erosão da confiança do cliente. A precisão dos dados é inegociável.
  • Adote uma Implementação Faseada: Em vez de um lançamento em larga escala, a abordagem mais prudente é iniciar com um projeto piloto. Selecione algumas lojas-chave, com equipes engajadas e bons controles operacionais, para testar a tecnologia, refinar os processos, medir os resultados iniciais e aprender com os desafios. Essa abordagem controlada permite ajustar a estratégia com menor risco antes de escalá-la para toda a rede de lojas.
  • Capacite e Integre a Equipe da Loja: A jornada do cliente não termina no clique; ela se concretiza na loja. A equipe de vendas do ponto físico precisa estar ciente e integrada à estratégia online. Os vendedores devem entender que um cliente que chega através de um LIA tem um perfil diferente, mais informado e com maior intenção de compra. Eles devem estar preparados para oferecer uma experiência de atendimento consistente com a promessa digital, transformando a visita em uma venda e em uma oportunidade de fidelização.

7.3. Visão de Futuro: Além da Visibilidade do Estoque

A integração do estoque físico com o ambiente digital é mais do que uma estratégia para impulsionar o tráfego. Ela é a fundação sobre a qual se construirão as próximas grandes inovações na experiência do cliente no varejo. Dominar essa integração abre portas para um futuro “phygital” (físico + digital) muito mais rico e sofisticado.

Com um inventário unificado e visível, o varejista pode implementar conceitos como a “prateleira infinita” dentro da própria loja, utilizando totens ou tablets para que os clientes possam comprar produtos que não estão fisicamente naquela filial, mas que estão disponíveis em outra loja ou no centro de distribuição, evitando a perda da venda.47 Abre-se também o caminho para a personalização em tempo real, onde a jornada online do cliente pode informar as ofertas e recomendações que ele recebe ao entrar na loja física. Em um estágio mais avançado, os dados de busca e venda podem alimentar modelos de logística preditiva, antecipando a demanda e otimizando a alocação de estoque de forma proativa.

Em suma, o varejista que hoje investe em dominar a gestão de seu inventário no ambiente phygital não está apenas resolvendo um problema atual de atração de clientes. Ele está se posicionando estrategicamente não apenas para sobreviver, mas para liderar a próxima e inevitável era do comércio, uma era onde as fronteiras entre o físico e o digital deixaram de existir para o consumidor e, portanto, devem deixar de existir para o negócio.

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Works cited

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Importância do varejo digital nos dias atuais – IZIO&Co, accessed July 11, 2025, https://www.izio.com.br/post/varejo-digital

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Você já ouviu falar no efeito ROPO como experiência de compra? – Alexandre Conte, accessed July 11, 2025, https://alexandreconte.com/2019/03/11/voce-ja-ouviu-falar-no-efeito-ropo-como-experiencia-de-compra/

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Como integrar estoque de loja física com virtual e vender sem erros – Yampi, accessed July 11, 2025, https://www.yampi.com.br/blog/como-integrar-estoque-com-loja-virtual/

O que é integração no ecommerce e por que é importante? – Nuvemshop, accessed July 11, 2025, https://www.nuvemshop.com.br/blog/integracao-ecommerce/

Gestão de estoque Omnichannel – LEAFIO AI, accessed July 11, 2025, https://www.leafio.ai/pt/blog/gerenciamento-de-estoque-omnichannel/

Integrar loja física e virtual: veja vantagens e como fazer | Blog Auaha, accessed July 11, 2025, https://blog.auaha.com.br/integrar-loja-fisica-e-virtual-veja-vantagens-e-como-fazer/

Entendendo o estoque em operações omnichannel – Blog Linx, accessed July 11, 2025, https://www.linx.com.br/blog/entendendo-o-estoque-em-operacoes-omnichannel/

Omnichannel na prática: onde sua operação pode estar travando – Neomode, accessed July 11, 2025, https://www.neomode.com.br/omnichannel-na-pratica-onde-sua-operacao-pode-estar-travando

PDV integrado ao e-commerce: entenda os benefícios dessa integração, accessed July 11, 2025, https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/pdv-integrado-ao-e-commerce-entenda-os-beneficios-dessa-integracao

Omnichannel: o que é, vantagens e como aplicar a estratégia – TOTVS, accessed July 11, 2025, https://www.totvs.com/blog/gestao-varejista/omnichannel/

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